Descrição:

Esta pesquisa tem por objetivo analisar como e de que maneira o movimento feminista liberal, sob a coordenação da Federação Brasileira para o Progresso Feminino, ampliou suas bases no Nordeste e viabilizou o fortalecimento de uma cultura política feminista na luta pela inclusão das mulheres como cidadãs, entre os anos de 1927 e 1932. Do ponto de vista teórico, o projeto articula as reflexões em torno da democracia, da cidadania,dos significados do feminismo, do sujeito de direito feminino, da redefinição entre espaço público X privado, da diferença entre os sexos quanto ao direito à educação, ao trabalho, à igualdade salarial e política. Esses temas matizam as novas searas de embate entre os gêneros, questionam a exclusão das mulheres na política partidária, o casamento indissolúvel, a maternidade obrigatória, as diferenças salariais entre as/os trabalhadoras/es e fazem confrontar as feministas liberais filiadas à Federação Brasileira para o Progresso Feminino e as forças antifeministas que reagiram e enfrentaram as investidas das mulheres na conquista e ampliação da cidadania no regime republicano. As fontes de pesquisas são diversificadas, abrangendo periódicos, revistas, relatórios, atas, ofícios, fotografias, etc., documentos de domínio público e privado sob a guarda de instituições públicas e privadas, locais, regionais e nacionais. Essa pesquisa tem na História Política e na Teoria Crítica Feminista seu lastro teórico para compreender o impacto da cultura política feminista nestes anos de intensas lutas no embate com o regime democrático conservador, oligárquico e liberal no Brasil. Espera-se que esta pesquisa possa dar subsídios históricos para estabelecer um profícuo diálogo com o presente ao tratar da historicidade das desigualdades nas relações de gênero, das lutas feministas contra os discursos hegemônicos e normatividades que persistem em erigir barreiras de intolerância racista, misógina e homofóbica.

Docente Responsável: Alcileide Cabral do Nascimento