Descrição:

A problemática dos estudos de gênero, em especial das pessoas que se identificam em um espectro LGBTTI?s na história do Brasil está, marcadamente, vinculada a sua invisibilidade, o que provoca consequências de ordens distintas, tanto históricas e historiográficas, como sociais e políticas. Apesar de o tema da homossexualidade ter encontrado espaço no meio acadêmico brasileiro durante os últimos anos, o foco da atenção produzida por pesquisadores situa-se predominantemente relativo à questão masculina. Vê-se nos estudos de gênero pautados na teoria queer investigações que buscam proporcionar um meio de [des]construção das análises das normas sociais, a partir da proposta de observar os objetos ?gênero? e ?sexualidade? pela ótica dos constructos históricos e sociais. Nesse constexto observamos que trabalhar com a abordagem teórico-metodológica da teoria queer é propor na sua episteme uma investigação de natureza trans/inter-disciplinar, uma vez que se procura nos diálogos possíveis a intersecção dos saberes subalternos (SPIVAK, 2014) e não a análise de discursos isolados na sociedade. Nossa analisar busca, com base nos postulados da História Cultural e da Teoria Queer, as representações de identidade de gênero LGBTTI?s entre os séculos XX e XXI, segundo os estudos de gênero, numa perspectiva interseccional. Considera-se no escopo de uma investigação de naturezas historiográfica e queer, a busca por questionamentos das normas sociais, no que diz respeito às sexualidades e aos gêneros não-hegemônicos, como também as contribuições, numa perspectiva interseccional, de análises com outras categorias sociais, tais como: raça, etnia, religiosidade dissidente e classe social, entendendo que todas estas categorias perpassam a formação identitária e subjetiva dos sujeitos (LOURO, 2001; HALL, 2006; MISKOLCI, 2009; PRECIADO, 2011; PERES; 2012, DAVIS, 2016; BUTLER, 2015, 2016 e 2017).

Docente Responsável: Natanel Duarte de Azevedo